Os
grevistas começaram o movimento com uma concentração na sede da Associação e
seguiram para o Centro da cidade
Quiterianópolis Servidores de nível médio da Saúde e Agentes
Comunitários de Saúde (ACS) deste Município iniciaram greve nesta
quarta-feira (18) e continuam por tempo indeterminado. Os grevistas começaram o
movimento com uma concentração na sede da Associação dos Agentes Comunitários
de Saúde e seguiram com carro de som e faixas em direção ao Centro da cidade.
De lá, eles foram para frente da Maternidade Quitéria de Lima, e se dirigiram
para a Prefeitura. A manifestação encerrou com ato público em frente à
Secretaria de Saúde do Município.
O Sindicato dos Servidores da Saúde (Sindsaúde) denuncia a
Prefeitura de Quiterianópolis de descumprir uma lei do próprio Município. Em
2011, a Câmara desta cidade aprovou, por unanimidade, a lei número 01/2011,
determinando que o Município de Quiterianópolis repasse 30% do Programa de
Atenção Básica (PAB) para os ACS. Contudo, é repassado apenas 8% deste
incentivo aos Agentes de Saúde, o que corresponde a R$ 70,00. Ao todo, entram
quase R$ 42 mil de incentivo, por mês, em Quiterianópolis, mas apenas R$ 3.500
mil vão para os agentes de saúde. Segundo o Sindsaúde, já Crateús, Tamboril,
Monsenhor Tabosa e Independência repassam 30% do incentivo, enquanto Ipaporanga
repassa 45% e Ararendá repassa 50%.
Segundo a diretora executiva do Sindsaúde, Madalena Policarpo,
esse dinheiro seria para investir em melhores condições de trabalho para os
ACS. "Esses trabalhadores não recebem nem protetor solar, um item básico
para qualquer agente comunitário de saúde", destacou.
"Estamos dispostos a negociar. A greve só continua enquanto o
prefeito não atender nossas reivindicações", informou a presidente da
Associação dos Agentes Comunitários de Saúde de Quiterianópolis, Maria Lacerda.
Ela comenta que, desde fevereiro de 2011, tenta negociar com o prefeito de
Quiterianópolis, Francisco Vieira, para que ele cumpra o que é determinado em
lei, mas o gestor se mostra insensível à luta dos ACS. "Sempre procurei o
prefeito para dialogar e resolver esta situação, mas a posição é
irredutível", declarou.
Ameaça
Madalena Policarpo informou também que já recebeu muitas ligações
de grevistas informando que estavam sob intimidações. Segundo os grevistas,
eles estão sendo ameaçados de demissão e transferência para locais distantes do
local atual de trabalho. "Vamos lutar, incansavelmente, até abrir um
processo de negociação com o prefeito", frisou Madalena Policarpo.
Demais servidores
Os servidores da Saúde também reclamam que não recebem fardamento
e nem os direitos previstos em lei, como adicional de insalubridade, adicional
noturno e hora extra nas transferências de pacientes. Além disso, o prefeito
quer acabar com a organização dos trabalhadores, pois não desconta a
mensalidade sindical, apesar da Lei Orgânica do Município (Cap. IV, art.19)
garantir a livre associação sindical.
A reportagem não conseguiu contato com o prefeito de
Quiterianópolis, Francisco Vieira, que não se encontrava no Município, de
acordo com assessores. Estava na zona rural, onde não existia a possibilidade
de contato telefônico. A secretária de saúde, Antenora Coutinho, também não foi
localizada, pelos mesmos motivos.
Fonte: MNAS
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